quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O corvo de Edgar Allan Poe e o sublime do grotesco



O poema The Reaven de Edgar Allan Poe resgata todos os elementos noturnos, frios, contrários e frios numa obra que ressalta a obscuridade o grotesco, o anti-lírico condensados no personagem corvo que atormenta a poética da obra como um pesadelo, por meio de evocações como a meia-noite, o mês de Dezembro encontramos um eu lírico cansado e fraco que deixa-se cochilar sobre os registros de seus amor do qual sussurra “Lenore”...essa inquietação entre o medo e o desejo chama a atenção no início da obra quando ele diz que deseja esquecer Lenore.

Este estado de euforia e descompasso do qual encontra-se tem a surpresa dos sons que fazem abrir a janela e deparar-se com um Corvo imóvel sob o busto de Pallas Atenas. Podemos verificar uma alusão a imobilidade do sagrado (Atenas) ante a um ser que remete ao mau agouro como a figura do corvo, podemos verificar que estado entre a sanidade e loucura é confrontado com a morte da sua amada Lenore que hoje se encontra em hóstias celestiais.

O corvo do qual se depara é negro como ébano, o corvo está imóvel e presente e ele lhe roga como se o fato de voar e ser relacionado a questões como a morte, ele pudesse dizer-lhe sobre os que morreram como Lenore, os elementos gregos como Atena também leva a refletir que este eu-lírico atribuía ao corvo ao papel de Hades o Deus do submundo.

Assim, este corvo surge como uma representação da tristeza e do luto, da morte igualmente furtiva, representa o medo e o lado oculto da mente humana àquela da qual não revelamos. Este medo vem em forma de ligação e evocação dos sentimentos como amor e que tem sua negação enquanto for medo, desconfiança e sofrimento e é apresentado no conto como um ato de desespero que tenta recriar o que foi perdido e ante a esta pergunta que lhe fazem mesmo que não verbalmente, este responde sempre “nevermore”, como que sentenciando ou explicitando as questões não feitas, não levantadas, os medos não verbalizados, os anseios anteriores.

O clima sensual do qual as imagens do passado com Lenore trazem uma carga emocional ao conto, pois atualmente algo falta ao eu lírico e apesar da quietude, da discrição do corvo, possui olhos penetrantes que parecem conhecer o que se passa, vem como um enviado ao mesmo tempo em que é presente e impassível. A obra é dotado de uma sonoridade única que cria a sensação de colapso total.

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