sábado, 31 de dezembro de 2011

Vigésimo dia...

Naquela mesa esta faltando ele.
E a saudade dele esta doendo em mim.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Décimo oitavo dia.




No dia do maior adeus.
Você poderia ter dito algo. Qualquer coisa.
Mas não disse. Estava disposto a matar até a menor parcela de afeição em mim.
No dia do maior adeus.
Era o seu corpo. Sim, eu me lembro. Era ele ali mas...
Porque não reconheci você?
Você...perdão, mas não.
No dia do maior adeus.
Depois de anos pedindo desculpas e implorando por favor.
Eu disse não.
Não.
Perguntei o que estava fazendo.
E você não me respondeu.
Porque no dia do maior adeus.
Você já tinha ido faz tempo...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

E não é que eu no fim estive sempre certa?


Porque diabos você veio com tanta veemência de coisas que não conhecia? odeio seu cinismo. Só isso.

Décimo sexto dia...




É um mato seco esses olhos e nunca mais choverão
Bem que eu queria que fosse verdade...
o mais difícil é saber que nunca mais
Saberei se poderia
...
Vai estancar
Mais ainda sangra
e o peito ainda pesa
e a mente ainda não perdoa
e nem entende
e vasculha, desesperada no meio do palheiro
a agulha que estourou a fina membrana
do nosso amor...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Quinto dia...




As vezes se eu respiro errado me lembro de você
As vezes se eu respiro rápido só penso porque fiquei louca anteontem
é simples, o nosso amor acabou.
Mas não é tão simples imaginar porque fiquei louca anteontem
As vezes se eu sei que o nosso amor acabou anteontem
Eu até posso respirar
Mas é só pensar que eu respiro errado e o meu peito pesa.
E pesa uma tonelada como anteontem...

...

Eu não gosto de ser menina
Fui tão sua por tanto tempo
E para você era só uma menina
E como menina a bobagem de mim ficou explicito
Ficou tão meigo o jeito como me manipulou
Fui tão sua por manipulação
Fui tão suja por ser explicita
Fui tão menina mesmo sem querer
E de querer você era sujo manipulador
E nunca mais fui menina
Quando acordei no outro dia

...

Eu queria poder andar e ficar contente por não lembrar
Mas por enquanto tenho que me conformar em ser um não-eu
Todo mundo me diz que eu andava um não-eu com você
E se eu nao sou eu com você sem você eu sou o que?
Se essa sou sem você não sei se quero ser eu...

...

É tão estranho não amar
Ficar a margem de estagnar
Estreitar o monte mareado
Entre a massa da minha mente e o mar
Cerrado dos meus olhos quando lembro
Que não amo mais
ninguém

...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Primeiro dia




Eu rezei,
Rezei para não sobreviver ao domingo...simplesmente não acordar.
Mas acordei e passei e hoje sobrevivi também...
E vai chegar um dia que não vou sobreviver, vou acordar e passar um dia, e vários.
E vai chegar um dia que não vou passar um dia, vou acordar e viver um dia, e vários.
E vai chegar um dia que eu vou espreguiçar na minha cama e sorrir porque acordei.
E aí vou chegar onde quero.
Enquanto carregar esse chumbo no meu peito, o ar vai ser mesmo escasso e tenho que ficar alerta com minha mente...não posso deixá-la solta.
Mas vai chegar um dia que não vou policia-la e ela vai me levar pra outro lugar e não para perto dele...
E quando um pronome masculino não me abalar tanto vou chegar onde quero...
E quando quiser mais do que um pronome masculino vou chegar onde quero...
E quando chegar onde quero um pronome será só um pronome...
E minhas palavras estarão mais coerentes e o ar não vai ser tão escasso, e minha mente estará livre e eu vou acordar e lerei gramatica de novo...
E aí a palavra amor vai ser só amor.

sábado, 19 de novembro de 2011

Uma imagem...

Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela “vende” de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa “inventou” um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.

Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico. Ok, é natural que, numa aproximação, a gente “venda” mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia. Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.

Texto: Descontruções, de Martha Medeiros

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Lopes Quintas

(A rua onde nasci)


A minha rua é longa e silenciosa como um caminho que foge
E tem casas baixas que ficam me espiando de noite
Quando a minha angústia passa olhando o alto...
A minha rua tem avenidas escuras e feias
De onde saem papéis velhos correndo com medo do vento
E gemidos de pessoas que estão eternamente à morte.
A minha rua tem gatos que não fogem e cães que não ladram
Na capela há sempre uma voz murmurando louvemos
Sem medo das costas que a vaga penumbra apunhala.
A minha rua tem um lampião apagado
Em frente à casa onde a filha matou o pai...
No escuro da entrada só brilha uma placa gritando quarenta!
É a rua da gata louca que mia buscando
os filhinhos nas portas das casas...

É uma rua como tantas outras
Com o mesmo ar feliz de dia e o mesmo desencontro de noite
A rua onde eu nasci.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Radio Caiobá





Sobreviva, se alguém te oferecer um rádio ligado na 98 Fm, Caiobá Fm, nunca aceite, esse vício faz mal a saúde.

1. Pagode deixa a pessoa inconsciente, querendo aumentar o volume do rádio.

2. Pagode faz a pessoa dançar enquanto trabalha.

3. Pagode atinge o cérebro da pessoa viciada, deixando ela começar a assassinar o português.

4. Se você é empregada doméstica, você é com certeza a primeira pessoa que pode ser atingida. A comadre Juracema, ouve 98. Você vai na casa dela sempre, o que quer dizer que vai ouvir 98. E pode ficar viciada. Se afaste dos amigos viciados. Eles são os que mais influenciam.

5. Sempre que se sentir mal, recuse o Pagode, aceite o Rock. Você se sentirá nas nuvens.

6. 99% dos casos não sabe que está viciado, os outros 1% entraram no site e fizeram o teste abaixo.

Como descobrir seu vício?

É simples, faça o teste abaixo, anotando os dados, na caixa de texto abaixo. Logo depois...some os pontos e veja as respostas

Teste:

1. Anote acima as rádios que você mais costuma ouvir:

a) Não ouço rádio

b) Jovem Pan/ Transamérica

c) Caiobá/98

d) 96.3

2. Como você escreve em cartas para pessoas íntimas "Você":

a) Voxê

b) Você

c) V.C.

d) Cumadre/Cumpadre

3. Se sua mãe liga na 98fm, você:

a) faz ela desligar

b) ela é viciada eu não, deixaria ela ouvir

c) claro que sim! Faria companhia

d) Ela não faria isso


---- se você respondeu:
1. "a" = 2 pontos
"b" = 1 pontos
"c" = 3 pontos
"d" = 0 pontos
2. "a" = 1 pontos
"b" = 0 pontos
"c" = 2 pontos
"d" = 3 pontos
3. "a" = 1 pontos
"b" = 2 pontos
"c" = 3 pontos
"d" = 0 pontos

Some os pontos.
Agora se você teve
Muitoooooss pontos...você é uma pobre...e/ou voce é um idiota tentando fazer o teste para ver a resposta que dá para empregadas!!!
Se vc teve mais ou menos
Se cuide...você pode estar sendo influenciada
Se vc teve poucos pontos
Você aprendeu tudo sobre como não se deixar levar! Ou você é um mentiroso que colocou as respostas que você achava que eram certas e colocou só para se achar!

SEDUZA-ME






SEDUZA-ME AO EXTREMO
CERQUE-ME DE CUIDADOS
ENALTEÇA MEUS PREDICADOS
AFASTE TUDO O QUE TEMO
SEDUZA-ME AO EXTREMO
FAÇA-ME IMPLORAR POR CARÍCIAS
FAÇA-ME AFOGAR EM DELÍCIAS E QUERER O AMOR SUPREMO
SEDUZA-ME AO EXTREMO
DEIXE-ME LINDA E MOLHADA
DEIXE MINHA PELE ERIÇADA
QUE DE OUVIR SEU NOME TREMO
SEDUZA-ME COM DELICADEZA
INFERNIZE-ME COMO O DEMO
SEDUZA-ME AO EXTREMO
FAÇA-ME QUERER GOZAR DE NOVO
FAÇA-ME SERVIR O QUE ABSORVO
VENHA FRIO QUE TE ESQUENTO
SEDUZA-ME AO EXTREMO
DEIXE-ME CAIR EXTENUADA
DEIXE-ME SENTIR QUE SOU AMADA
DEIXE-ME MORRENDO NO SEU DESEJO...


Juro que vou achar o autor para dar o devido credito

Muito Engraçado!!!!

Escrevi este post no meu antigo Blog quando fazia Relações Publicas na Metodista...era solteira e o mundo se estendia a minha frente...mas o que mais achei curioso foram as respostas.
Vou fazer um paralelo entre antes e hoje e ver como ficaria...

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22/03/05
Vi este enquete e achei super legal no blog "giromundo" e peguei pq adoro enquetes!

Nome: Patricia
(isso não mudou...rsrsrsrs)
Você gosta dele? Adooooro, queria até colocar o nome da minha filha.
(isso tbm não mudou mas deixei de ser um pouco narcisista, queria por o da tia Camila mas ela ia ficar impossível! o bem da verdade é que meus pais escolheram nomes muito bonitos)
Quem escolheu seu nome? foi minha mãe e meu pai.
Qual o nome dos seus pais? joão e maria(de lourdes).
Quais os nomes que pretende dar aos seus filhos? Patricia rsrsrsbrincadeira, nõa sei sabe?apesar de querer ter menina, Pedro (menino)
(Pedro é unanime!, Maria menina , João se for dois meninos e duas meninas ainda oscilo entre Maria e Ana ou Maria e Ana Luiza ou ainda Maria e Alice...)
Onde /Quando nasceu? Diadem/Sp, em abril.
Olhos: Castanhos.
Cabelos: ruivoe...(as pessoas chamam de ondulado mas eu chamo de ruim mm).
(Cara, ainda sobrevivi ao ruivo após todos estes anos! pinto desde os 17...10 anos quase de reuiveza mêu e quanto a ruindade esse tempo se foi meu bem! progressiva mudou a minha vida rsrsrsrsrs)
Altura: 1,67 m + ou -
Irmão(s): mesmo que haja outro, só tenho (2) 1 irmã e 1 irmão.
(não sei qual a magoa que possuía aqui mas isso já passou, hoje tenho três lindos irmãos)
Animal(s): o lion(cachorro).
(Lion lindo do meu coração se foi e hoje estou meio que vivendo do amor canino alheio, já tem o Lion II na mamis e a Nami e tbm a Belinha e seus filhotes na minha sogra)
O que tem nas paredes do seu quarto? cadaveres de pernilongos(to precisando limpar meu quarto...).
(Hoje tem...nada, algum bolor insistente que acabo nas minhas faxinas)
O quê te assusta? Não conseguir acabar a facu ,ficar sozinha...
(Se eu soubesse o quanto de voltas que minha vida daria...será que teria feito diferente?)
O quê você odeia? incesto,injustiça,pedofilia...
(isso não mudou)
O quê você não entende? a mente desses seres.
(ainda não entendo...)
O quê descreveria sua personalidade? perdida.
(e eu que pensei que aos 26 estaria menos...)
O quê você acha que todo mundo deveria ouvir? que não são as unicas que tem problemas.
(Que reclamar sem fazer nada não te torna melhor tbm...)
Sua comida preferida? Tudo que não for azedo, estragado ou ruim. O resto eu como.(menos ervilha!!!!)
(puts, mesma loucura gastronomica)
Uma frase: saber amar...saber deixar alguem te amar.
(Hoje sem dúvida seria "Isso também passa" essa frase vale para os bons e maus momentos)
Uma roupa: depende do dia.
(sempre)
Um lugar: meu quarto
(minha sala)
Um veneno: a fome,e o sistema ver isso e não ajudar por razoes politicas.
(a fome, a ganancia desmedida)
Um dia: 30/07/04.
(nunca! 25/04/85...hoje não entendo mas sei que esse dia mudou a vida de muita gente)
Um barulho: a minha sala da faculdade.
(A cozinha da minha mãe...)
Uma bebida: suco e chá gelado.
(Agua)
Um doce: chocolate e sorvete de flocos.
(qq coisa)
Uma jóia: cristal e prata.
(Meus pais)
Uma estação: outono.
(ainda)
Um filme: a.i inteligencia artificial...se as pessoas dessem mais valor ao amor incondicional o mundo seria mais compreesivo...
(The phantom of the Opera)
Chorou por algo bobo? todo dia.
(até hoje)
Guardou um segredo? Muitos.
(é dificil mas sim)
Caiu na frente de todos? direto.
(até hoje)
Fez algo que se arrependeu muito: sim, algumas vezes.
(muitas vezes)
Pensou que ia morrer?Quando? Sim, quando desci no turbo drop do play(é besta mais é verdade!).
(quando ouvi que eu havia sido o maior erro de uma pessoa.)
Acredita no verdadeiro amor? Não.
(menina esperta, pena que não usou na vida pratica)
Na verdadeira amizade? Sempre.
(tenho minhas dúvidas hoje em dia)
Se você pudesse ter sido o personagem de qualquer pessoa em qualquer filme quem você escolheria? sei lá...a protagonista de doce novembro,ela soube aproveitar seu amor muito mais intensamente...
(Ainda sou chegada a um drama...seria a Holic XxX rsrsrsrs)
Qual a cor que mais se encontra no seu guarda roupa? Preto.
(varia muito!)
Se você pudesse dar um presente pro mundo o que seria? Amor.
(respeito)
Um defeito? Quando explodo pareço uma tsunami arrasto todo mundo pela frente.
(Nunca sei o que é prioridade)
Uma qualidade? Sou EXTREMAMENTE amiga.
(Sou extremamente enganável)
Um lugar que te deixa em paz? nos braços de quem amo mesmo...
(Minha familia)
Deixe uma mensagem:
"viva acima de tudo pois ela não dá tempo de vc recomeçar"
(É preciso prosseguir sempre...prossiga, mesmo que agora não pareça estar indo para algum lugar. Não podemos ter tudo mas temos que fazer o melhor que podemos com o que temos. Por nós.)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eu não quero morrer gripada





Todos choram, todos sentem saudades, ela era especial, ela era demais, ela era isso. ela era aquilo, ela era...e eu nao sou. eu não tenho, eu não sinto e nem estou...eu não sou nada.Talvez por isso o "retrato oval" de Edgar Allan Poe mexa tanto comigo: a mulher esta lá. Mas o pintor não consegue vê-la...a imagem que ele fez dela e eternizado e é por isso que é tão comum ouvimos as pessoas dizer: "eu não tinha essa imagem de você" ou..."nunca imaginei que vc mudou" mudou do que? que imagem você tinha de mim? eu não uma imagem, sou um video, porque sou animada...não estática. não fique preso nesse tipo de coisa...porque no fim você acaba criando expectativas nas pessoas e quando ele não é cumprido essa pessoa cai do banco onde estava enquanto você a pintava. E quando você ver...ela esta morta. Não me mate enquanto ainda estou viva. Por favor.

domingo, 2 de outubro de 2011

Dor

Love hurt...it's true but love die too
Die our ability to see...and smile again.

sábado, 10 de setembro de 2011

Amar não vale a pena

Minha vida sempre foi baseada no amor. Minha felicidade depende do amor. Na maior parte do tempo, estou amando alguém ou alguma coisa, independente da intensidade. Mas tem vezes que isso dói.

Passei quase 2 anos construindo um coração mais maduro, inteligente e auto-suficiente. Não foi fácil. Foi preciso me decepcionar muitas vezes para que essa armadura que proteje meu coração, se fortalecesse. Eu realmente achei que era forte, que estava munida contra possíveis decepções idiotas. Achei que pudesse evitar quase tudo. Eu escolheria quando amar. Aquele amor que deixa nosso coração aberto, vulnerável a tudo. A pessoa pode entrar nele e causar o estrago que quiser lá dentro.

Você vive sua vida forte e feliz, até que uma pessoa comum, como qualquer outra, entra nela. Você dá um pedaço seu à essa pessoa e ela nem pediu. Daí, um dia, essa pessoa faz algo idiota como sorrir ou te dar um beijo, e sua vida se vira de cabeça pra baixo. Você não entende, fica confuso e não sabe o que pensar, mas mesmo assim fica feliz. O amor engana. Faz você esperar por algo que nem existe.

Até que um dia, essa pessoa diz algo do tipo “Acho melhor sermos apenas amigos” e cada palavra saindo daquela boca corta seu coração em mil pedaços. A armadura que você construiu, já não existe mais há muito tempo. O amor fez ela desaparecer.

Um sentimento que deveria ser bom, te causa dor e não te deixa pensar em outra coisa. Ele tira sua armadura, te corta por dentro e depois te deixa sozinho chorando na escuridão. Nada deveria te fazer sentir assim, principalmente o amor. Eu odeio o amor.



Trecho extraído de Sadman

É isso mesmo, vc diz: antes de conhecer aquele(a) pessoa eu vivia feliz mas incompleto...pois bem, quero ser incompleto de novo porque pelo menos era feliz. Agora vivo infeliz e incompleto porque o objeto de amor me causa sofrimento e não corresponde a o meu "nobre sentimento". Assim, então que venha o marasmo porque não pedi pra desbravar o mar.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O primeiro beijo...

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:
- Sim, já beijei antes uma mulher.
- Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...

Ele se tornara homem.



Clarice Lispector

sábado, 3 de setembro de 2011

Someday...


Um dia, não vai doer gostar de alguém e eu vou saber que o sofrimento não é amor. Isso era só porque não era a pessoa certa...um dia eu vou ter alguém que se importe porque estou feliz ou triste e eu não vou precisar de um cigarro porque um abraço vai melhorar minha ansiedade. Um dia não vou precisar maquiar meu rosto para evitar chorar e vou poder ler na cama novamente. Um dia eu vou sorrir de novo ao ganhar flores e tudo não vai parecer uma ironia...um dia as pessoas vão sentir inveja da minha felicidade de novo e eu vou poder ser otimista com o amor... Um dia, um casal abraçado em um velho ponto de onibus não vai acabar com meu dia e nem uma musica vai me deixar no chão. Um dia eu vou ser tudo para alguém, estarei no topo da sua lista de coisas importantes e assim o ciumes vai voltar pro lugar escuro que ocupava na minha cabeça. Um dia eu vou poder dar a esperança para alguém ao invés de agarra-la forte como faço agora, como um naufrágo a espera de ajuda. E vou poder ver em cores de novo, vou poder me dar ao luxo de ser ingenua e o escarnio será substituido pelo bom humor. Um dia, vpu receber um SMS desejando-me um bom dia, lembrando-me como sou amada ou somente perguntando-me como estou. O sol um dia não vai parecer estar debochando de minha triste e nem a chuva ressalta-la
Um dia eu vou poder fazer amor de novo e me dar ao luxo de assitir TV na cama, com direito a risadas, amor e carinho... Um dia eu vou sentir falta de ser triste...hoje é tão constante! sinto falta de calor, de mãos dadas e um olhar secreto. A dor vem tão forte que preciso correr, prensar minhas costas contra a porta do banheiro e chorar...e não vou precisar convencer as pessoas constantemente que estou bem, isto estará refletido em meu rosto, e os livros de amor vão ser nada mais que ficção. E não uma valvula de escape. Não precisarei ser esquizofrenica com a felicidade, ela estará no meu mundo real também. E minha divagações serão partilhadas. E eu vou ficar entediada. Vou ficar empaturrada de atenção... Um dia, não vai ser minha culpa tudo, um dia eu vou ser a felicidade de alguém, uma dia minha qualidades vão ser maiores que meus defeitos e eu não vou precisar me culpar tanto por ser eu. Um dia, ninguém vai precisar inventar desculpas de porque esta bravo comigo para não ter que se aproximar de mim, eu não serei uma coisa efemera e sim, vou descobrir o que é o amor... Por hoje, deve acabar. Por que não vale a pena... Mas... Mas porque, quando deixamos algo que não vale a pena, tudo o mais parece também não valer? Porque fazer a coisa certa parece tão errado e voltar ao começo doi tanto?
Porque preciso chorar e sangrar em eterna expectativa de que, não! eu estava enganada, tudo foi um pesadelo horrível e já passou...oh meu amor, já passou....foi só um sonho viu? você esta segura aqui comigo, pra que se preocupar? eu já não te disse que te amo? que vamos ficar juntos para sempre...? Porque pesa tanto ter um coração? porque ele parece que tenho uma bola de ferro aqui dentro? e parece que engoli (!) detergente?Eu não quero mais chorar, nem me importar, nem sofrer... Porque a unica vez que baixei totalmente a guarda e me permiti me doar, foi a unica pessoa que me magoou tão profundamente que estou como que se chão?Porque fui amar alguém? eu odeio o amor... Porque ele mente, ele não se importa se você ama sozinha, só exige que você dê tudo o que tem e espere alguma esmola de volta...e que morra de fome se não o receber. Não sei se amanha tudo será sol de novo, espero não congelar neste inverno até lá. Um dia eu me vesti de outono e as folhas cairam indicando um novo tempo... mas as arvores morreram agora e tudo o que vejo é cinza.


A chuva cai agora para alimentar a vida mas não parece haver qualquer coisa a ser semeada...

sábado, 13 de agosto de 2011

Eu - verbo imperativo

Não tenho certeza de nada, não me acho a melhor profissional, vejo defeitos na minha vida. A maturidade acrescentou clareza às minhas incertezas. Eu as aceito.

Com relação ao amor, sou um pouco idiota e ingênua, mas não burra. Sei que não vai durar para sempre; mesmo assim acredito.

Não entrego a Deus a tarefa de dar certo, Acredito no trabalho duro...

Às vezes, olho e não vejo que ele esta bem ali ou faço vista grossa por medo de me machucar. Quando me entrego, canso da rotina, exaspero-me. Se ele parte, dói. Assim é o amor: uma felicidade fugidia, que cativa e escorrega ou se transforma e permanece, nunca o mesmo. Parece até um drama, mas é um romance com começo e meio. Fim? Depende. Recomeço? Sempre, porque eu nunca desisto de tentar..

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Anybody Listening?



You and I long to live like wind upon the water
If we close our eyes we'll maybe realize
There's more to life than what we have known
And I can't believe I've spent so long
Living lies I knew were wrong inside
I've just begun to see the light

Long ago there was a dream, had to make a choice or two
Leaving all I loved behind for what nobody knew
Stepped out on the stage
A life under lights and judging eyes
Now the applause has died and I can dream again...

Is there anybody listening?
Is there anyone that sees what's going on?
Read between the lines, criticize the words they're selling
Think for yourself and feel the walls
Become sand beneath your feet

Fell the breeze?
Time's so near you ucan almost taste the freedom
There's a warm wind from the south
Hoist the sail and we'll be gone
By morning, this will all seem like a dream
And if I don't return to sing the song, maybe just as well
I've seen the news and there's not much I can do...alone

Is there anybody listening?
Is there anyone who smiles without a mask?
What's behind the words-images
They know will please us?
I'll take what's real
Bring up the lights

Is there anybody listening?
Is there anyone that sees what's going one?
Read between the lines
Criticize the words they're selling
Think for yourself and feel the walls
Become sand beneath your feet.

O Queensrÿche é uma banda estado-unidense de metal progressivo formada em 1981 em Seattle, suas músicas são tao pungentes e ele ouve tanto a noite, como se elas falassem comigo. Elas me lembram o como estamos sozinhos. Juntos. Num mesmo local e as vezes é tão forte a dor que cerro os dentes, fecho os olhos e me convenço a seguir em frente...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Galaxias



Ano passado fiz um trabalho sobre este livro de Haroldo de Campos e olha a coincidência de ouvir a musica "circuladô de fulô de Caetano Veloso com trechos da obra...








Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá e viva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá soando como um shamisen
E feito apenas com um arame tenso um cabo e uma lata
Velha num fim de festafeira no pino do sol a pino mas para
Outros não existia aquela música não podia porque não
Podia popular aquela música se não canta não é popular
Se não afina não tintina não tarantina e no entanto puxada
Na tripa da miséria na tripa tensa da mais megera miséria
Física e doendo doendo como um prego na palma da mão
Um ferrugem prego cego na palma espalma da mão
Coração exposto como um nervo tenso retenso um renegro
Prego cego durando na palma polpa da mão ao sol

Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá e viva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá

O povo é o inventalínguas na malícia da maestria no matreiro
Da maravilha no visgo do improviso tenteando a travessia
Azeitava o eixo do sol

Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá e viva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá

E não peça que eu te guie não peça despeça que eu te guie
Desguie que eu te peça promessa que eu te fie me deixe me
Esqueça me largue me desamargue que no fim eu acerto
Que no fim eu reverto que no fim eu conserto e para o fim
Me reservo e se verá que estou certo e se verá que tem jeito
E se verá que está feito que pelo torto fiz direito que quem
Faz cesto faz cento se não guio não lamento pois o mestre
Que me ensinou já não dá ensinamento

Circuladô de fulô ao deus ao demodará que deus te guie
Porque eu não posso guiá eviva quem já me deu circuladô
De fulô e ainda quem falta me dá

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vai Passar...






Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói, é horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo: arde, depois passa. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. A gente acha que não vai aguentar, mas aguenta as dores da vida. Pense assim: agora está insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou, agora já são dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que há duas linhas atrás. Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte, ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já está lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo para ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "É melhor viver do que ser feliz". Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita...
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado para trás, cai. Dói, eu sei como dói. Mas passa. Está vendo a felicidade ali na frente? Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la para trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.




P.S: Esse texto não é meu claro e sim de alguém conseguiu traduzir meus anseios... Antônio Prata.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

I'll miss you Amy...you chose the wrong exhaust valves


TEARS DRY ON THEIR OWN
Amy Winehouse
Composição: Amy Winehouse / Nickolas Ashford / Valerie Simpson

All I can ever be to you,
Is a darkness that we knew
And this regret I got accustomed to
Once it was so right
When we were at our high,
Waiting for you in the hotel at night
I knew I hadn´t met my match
But every moment we could snatch
I don't know why I got so attached
It's my responsibility,
And You don't owe nothing to me
But to walk away I have no capacity

He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way
In this blue shade
My tears dry on their own.

I don't understand
Why do I stress a man,
When there's so many bigger things at hand
We could have never had it all
We had to hit a wall
So this is inevitable withdrawl
Even if I stopped wating you,
A perspective pushes through
I'll be some next man's other woman soon

Ah can I play myself again?
Or should I just be my own best friend?
Not fuck myself in the head with stupid men

He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way
In this blue shade
My tears dry on their own.

So we are history,
Your shadow covers me
The skies above a blaze

He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way
In this blue shade
My tears dry on their own.

I wish I could say no regrets
And no emotional debts
'Cause as we kissed goodbye the sun sets
So we are history
The shadow covers me
The sky above a blaze
That only lovers see

He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way
My blue shade
My tears dry on their own. (whoa)

He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way
My deep shade
My tears dry on their own

He walks away
The sun goes down,
He takes the day but I'm grown
And in your way
My deep shade
My tears dry

sábado, 23 de julho de 2011

I Hate The Love






"...Você já esteve apaixonado? Horrivel não é? Te deixa vulnerável. Te abre o peito e te abre o coração e quer dizer que alguém pode entrar em você e te detonar por dentro. Você constrói todas essas defesas. Constrói uma armadura completa, e por anos nada pode te machucar, aí­ uma pessoa estúpida, nada diferente de qualquer outra pessoa estúpida caminha para dentro da sua vida estúpida… Você dá a essa pessoa um pedaço de você. Essa pessoa não pediu por isso. Essa pessoa fez algo besta um dia, como te beijar ou sorrir para você, e aí a sua vida não é mais sua. O amor toma reféns. O amor entra em você. Te come por dentro e te deixa chorando na escuridão, e frases simples como “talvez devêssemos ser apenas amigos” ou “nossa, que perspicaz” se transformam em farpas de vidro movendo-se para dentro do seu coração. Dói. Não apenas na imaginação. Não apenas na mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, uma dor do tipo que-entra-em-você-e-te-arrebenta. Nada deveria ser capaz de fazer isso. Especialmente o amor. Eu odeio o amor "



Neil Gaiman, Personagem Rose Walker in The Sandman #65


P.S: Eu só estou tão cansada de tudo isso que até me surpreendo que um coração como o meu ainda sinta algo. Bom ou ruim. Eu só estou tão ca(n)sada dessa porcaria toda que as lagrimas não me obedecem. Não caem agora e inventam de sair num ponto de onibus, no meio de um comercial de ofertas, ao fumar o cigarro da noite...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Auto ajuda não é engraçado

Auto ajuda é um bicho engraçado não é?
Esses dias tomando café na supreme arábica que tem na rua do meu serviço (adoro essa cafeteria porque o café muito bom e não porque tenha livros para comprar e folear...imagina!) comprei um livrinho para engolir doses homeopáticas de auto ajuda

Minutos de sabedoria...

Esse livro é muito antigo (desde que me vejo por gente encontro este ou aquele que tenha na bolsa) e acho as mensagens fofinhas para dar uma dose de otimismo para aquele dia duro.
Achei também dentre os milhões de emails de auto ajuda umas dez regras para se manter jovem e cheguei a uma conclusão sobre esse negócio de conselho:
A gente pode aprender com o outro, mas de 100% do que ele te falar você aproveita 1% e olhe lá e o resto você discorda totalmente!!!

Abaixo um exemplo prático disso, essas regras só te deprimem porque se você não vive ou não consegue viver assim é um bosta? Não !!!! eu mesmo tenho minha receita de auto ajuda, ou seja: minha receita para ME ajudar e que com certeza não serve pra ti porque você tem outra vida...sacas? olha essa...

Como manter-se jovem:
1.
Deixe fora os números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que os médicos se preocupem com isso.
Do it e me conte como...não tem aquele botton “quer emagrecer?pergunte-me como”? pois é, vou fazer um “emagrecer?conte-me como!” idade, peso e altura são o complexo pra fazer piadinha, claro que não pode ser um empecilho mas é o nosso charme (ou não) que odiamos e faz bem ter coisas para odiar... é saudável separar o que gostamos e o que não gostamos....

2. Mantenha só os amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo.
(Lembre-se disto se for um desses depressivos! )
Amigos divertidos são ótimos, mas amigos de todos os tipos são perfeitos! O depressivo pode ser uma fase, os divertidos não cabem em toda a situação...mas concordo que manter pessoas para cima mais próxima é bem melhor... ah, e quase ia esquecendo: se você é um amigo depressivo lembre-se que suas vitorias e derrotas são sa responsabilidade meu bem...

3. Aprenda sempre:
Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso.
'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão.' E o nome do Alemão é Alzheimer!
Taí o 1% que vou aproveitar e é facinho de cumprir...ocupar a mente evita que você se importe com os números da regra um, que se deprima com os amigos da regra dois e até mesmo que leia as bobagens desse blog...ai não hein? Ler a opinião dos outros faz bem...

4. Aprecie mais as pequenas coisas
Valorize as pequenas coisas...seja otimista...se motive...ah vá! Motivação é dinheiro no bolso e uma boa noite de foda...

5. Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o ar.
E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele!
Essa eu cumpro fácil porque dou risada de tudo...mas o perigo aqui é se tornar cidadão burro que ri da própria desgraça...tenha um humor seletivo. E ácido de preferência!

6. Quando as lágrimas aparecerem
Aguente, sofra e ultrapasse.
A única pessoa que fica conosco toda a nossa vida somos nós próprios.
VIVA enquanto estiver vivo.
Essa leva o segundo botton “aproveitar a vida?mostre-me como!”, superar lagrimas? Cara, daqui só repito o que o pequeno príncipe disse “é tão estranho o país das lágrimas!” não dá pra dar conselho aqui, assim como não dá pra consolar na morte...só podemos ficar do lado e abraçar, oferecer lenço... e olhe lá!

7. Rodeie-se das coisas que ama:
Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja.
O seu lar é o seu refugio.
Lembrei do pastor que falou que ia orar sobre a casa de uma senhora naqueles programas que o cara fala contigo por telefone e perguntou para ela “qual a cor da sua geladeira!" e ela responde humildemente “eu não tenho geladeira”...lar, família e coisas são muito delicadas de discutir então eu aconselharia algo como “tenha um canto de refúgio”

8. Tome cuidado com a sua saúde:
Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a.Se não consegue melhora-la , procure ajuda.
Essa seria um ótimo conselho se os planos de saúde ou a própria saúde publica não nos estressasse mais do que o motivo que nos levou a procurá-los...

9. Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde haja culpa
E se suicide se não tiver grana para viajar...? viaje num livro! É barato e tem biblioteca até dentro de açougue hoje em dia...

10. Diga às pessoas que ama que as ama a cada oportunidade.
Isso eu aconselho mas não mando...diga que se ama se preocupando como você um pouquinho...ajudar o próximo so é possível se tivermos um dosezinha de egoísmo para conosco senão não teremos estrutura para suportar o problema do próximo.

E se não mandar essa corrente para alguém... sua chefe não terá material para produzir o próximo material de motivação da empresa! OMG ^.^

quinta-feira, 7 de julho de 2011

TopTop Frio...




Coisas legais para fazer no frio

U.U'
Tomar chocoate quente com biscoito maria...
U.U' Se enrolar no cobertor bem quentinha e assistir um filme legal
U.U' Tomar um banho bem quentinho e sair soltando vapor (sair de fato não é tão legal)
U.U' Meias quentinhas
U.U' Namorar debaixo das cobertas...
U.U' Sopas, caldinhos, cremes...

Coisas estranahas de se fazer no frio

Ó.ò
Ficar sem tomar banho por preguiça de tirar a roupa
Ó.ò Sair sem blusa pra não carregá-la "caso esquente"
Ó.ò Ligar o ar condicionado (hã?)
Ó.ò Toma banho a dois (ninguém nunca quer sair pra se ensaboar)
Ó.ò Tomar sorvete (depois pra esquentar as mãos...)
Ó.ò Triathlon (depois de nadar correr...?brrrrr)

Coisas péssimas do frio

Brrr...
Lavar louça
Brrr...Sair para trabalhar cedo
Brrr...Ficar por cima (!)
Brrr... Esquecer o guarda chuva naquela garoa e chegar gelado até os ossos...
Brrr... meias molhadas
Brrr... ficar no ponto de onibus

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Lar é um estado de espírito




Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz. Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela. Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas... Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida... Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha?Tapete sem fio puxado?Mesa sem marca de copo?Ta na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança. Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto... Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda. A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos, pros vizinhos... E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia. Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente. Arrume a sua casa todos os dias... Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela... E reconhecer nela o seu lugar.

Ah Carlos...esse seu saudosismo me dá uma melancolia...


Carlos Drummond de Andrade descreveu minha casa nessa crônica, a casa dos meus pais...onde minha mãe desfilava infinitos rosários de reclamações porque éramos bagunceiros, porque vivíamos brigando... Meu pai se irriatava com os teatrinhos inventados justo na hora do jornal, das brigas nos jogos de futebol de domingo...da casa cheia no almoço com macarrão...Pai, mãe...não éramos terríveis. Éramos felizes!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Uma situação. Várias hipóteses

Cara, as pessoas REALMENTE me fazem rir...

Estava zapeando na Net (se vocês repararem nos meus posts eu sempre estou zapeando na TV, lojas, Net...sou indecisa por excelência) quando vi 10 motivos para odiar a saga crepúsculo...achei engraçado um título assim, como assim 10 motivos para odiar? Quem era alguém para me fazer odiar qualquer coisa que seja? Se ele dissesse “10 motivos que crepúsculo não é uma boa saga” ou “10 motivos para duvidar da saga...” tudo bem mais “odiar”? sem problema, adoro uma polêmica lá fui eu ler os 10 ditos motivos...
(se você quiser sabê-los não gosto de tirar o credito de ninguém então vá lá lê-lo clicando aqui)
Sinceramente? Achei os 10 motivos tão fraquinhos, pois eles colocavam em questão coisas pessoais dos atores o que não achei legal, pois o foco era a saga em si, filmes e livros e não a vida pessoal dos atores... Assim, resolvi criar eu mesma: 10 motivos para você questionar a saga e em contrapartida, como sou uma pessoa versátil, 10 motivos para você acreditar na saga!


10 Motivos para você questionar a saga de Bella Swan


1. Vampiros são maus! Esse negócio de comer coelhinho, viadinho e leãozinho num dá! A graça do vampiro é exatamente a maldade tão parecida com a humanidade, o vampiro é parecido conosco por sua crueldade e não por sua bondade! Fazer um filme com um vampiro muito bonzinho fica caricato, seria o mesmo que fazer um filme sobre o Fred Gruger onde ele se arrependesse de torturar nossos sonhos e começasse a aparecer só nos sonhos bons... Achou graça? Pois é, cada personagem no seu imaginário...

2. Stephenie Meyer não escreve tão bem assim... Calma eu explico! Eu concordo em gênero, numero e grau que um bom livro é aquele que consegue alcançar todos os públicos. Trocando em miúdos, tanto um graduado quanto um alfabetizado consegue ler, a questão está que um livro muito fácil de ler não nos acrescenta em nada... É jogar Mario Bros na primeira fase por um ano inteiro! A gente não aprende novos macetes pra passar de fase e nem consegue ensinar nada pros amigos e o livro é a mesma coisa, ele tem que nos mostrar novos mundos, novas culturas e isso falta muito na Stephenie... Ela está muito presa aos personagens, precisa conhecer a Itália pra falar dos Volturi, conhecer as florestas para fugir de termos como “verde e mole”, ou seja, nos transportar para novos lugares como é a função de um bom livro.

3. Os personagens sofrem muito. Os dramas acrescentam em nossa vida só que é preciso fugir do drama mexicano em que a mocinha se fod...! a trama inteira e no fim se dá bem, isso é óbvio e um livro, filme etc. não pode ser óbvio! Eu já tenho coisas demais obvias na minha vida pra sair de casa procurando um filme ou livro e cair na mesmice... Todos têm suas cruzes e vitórias e é preciso trabalhá-las, num livro em que grande parte do público é adolescente isso chega a ser perigoso, pois nessa fase estamos formando nosso caráter.

4. Algumas partes da história não estão bem amarradas. Temos a responsabilidade ao escrever de ter coesão e coerência igualzinho nossas professoras ensinaram na aula de redação... Inclusive na composição dos personagens! Se a Alice era telepata, porque ela não viu Jasper atacar Bella? Isso é um exemplo de um buraco na história, um personagem mau trabalhado.. Entendeu? Quem disse que escrever é fácil? Se fosse assim, qualquer funk por aí era música e haveria mais músicos que intérpretes...

5. Alguns personagens são muito idealizados. Isso torna a história previsível e chata. Sabe quando vamos assistir a um filme de mistério e a história começa calma e tranqüila pensamos “bem que podia continuar assim né? Porque eles foram fazer/falar/abrir/pegar/ouvir tal coisa?” e a resposta é: porque senão não iríamos assistir! O mesmo vale para personagens muito perfeitinhos... Tudo bem que são seres mágicos e imortais mais voltamos para aquele papinho de que o que nos atrai nestes personagens são as semelhanças com as fraquezas humanas.

6. Clichês enjoam a gente. Muito amorzinho, benzinho e “você é minha vida” causam náuseas e isso é porque a-d-o-r-o um romance, imagina então aquele menino que você tá a fim e é chegado numa ação nas telinhas? A gente não gosta de homem muito bonzinho não, a gente gosta é daquele que ignora, não liga quando fala que vai ligar, mas nos surpreende com uma camiseta e um ingresso do show que estávamos super a fim de ir ao invés das manjadas flores que iriam parar no lixo amanhã... Romance é legal, porém a vida pode ser mais do que falas decoradas e situações manjadas.

7. Definitivamente você não queria ser Isabella Swan. Porque não? Você realmente trocaria sua independência, seus amigos, família, escola, profissão e vida para ficar SÓ com uma pessoa? Se a sua resposta foi sim, pergunto diferente: o que você diria a uma amiga assim? Ah.. Agora a história mudou, certo? A gente quer encontrar alguém mesmo sendo velho, novo, burro ou mal humorado só que se perdemos nossa identidade, o que restará para o outro amar? Bella só teme que Edward a deixe porque ela pára de se gostar e começa a colocá-lo no centro do universo... Quando ele vai embora e ela conhece outras coisas que a história fica interessante entende? A gente não pode ser SEMPRE o centro dos problemas, dos sofrimentos e lamúrias, podemos aprender com os erros alheios...

8. Falta pimenta nessa birosca. Calma de novo! Eu sei, sei, sei... Aquele papo de representatividade em que desde um a criança até um adulto pode ler, mas o romancinho deles é doce demais! O vampiro tem uma natureza mais predadora e é exatamente isso que Edward perde, ele perde um pouco da identidade do vampiro. Talvez a autora pudesse ter explorado isso em outro aspecto, ela nos achou sensíveis demais, nos poupou muito de ação... Calma Step... Não somos Bella, nós agüentamos!

9. Definitivamente você não queria um Edward Cullen em sua vida... Queria? Eu sou louca? Tá bom, então imagina você a eternidade inteira com um cara que comporá canções de pianos pra você, cantará pra você dormir, achará seu cabelo “monte de feno” lindo.. Perfeito até aí certo? Nunca te dará “aquela” pegada depois do cinema com medo de te machucar, ele nunca dirá: vai sair com eeessa saia? Nunca! Pois ele não quer te pressionar, nunca brigará já que ou você tem sempre razão ou ele já decidiu o que é melhor para você, nunca comprará aquele filme novo, pois antes terá de assisti-lo para decorar as falas para repetir na sua orelha durante o filme, colocará no mute todas as cenas de susto dos filmes para não abalar sua sensibilidade e dificilmente tomará um banho de chuva com você, pois temerá por sua vida humana e sensível... De novo repito: chapeuzinho gosta mesmo é do lobo mau. Queremos cavalheiros em nossa vida, mas gostamos de nos surpreender e principalmente gostamos daquela briguinha que faz a reconciliação ser muito melhor.

10. Essa é a principal: vampiros têm suas próprias lendas que o caracterizam e quando a tiramos quebramos parte do encanto, as fraquezas de cada lenda compõem o nosso imaginário, eu entendo que a Step queria tornar os vampiros mais próximos de nós, mas ela os ridicularizou ao enfiá-los em escolas para aprender por 90 anos as mesmas coisas ou faze-los andar no sol... Faltou um pouco de criatividade para driblar esses “obstáculos” sem domesticar os pobres vampiros...





10 Motivos para você acreditar na saga



1. As histórias de amor são histórias de amor. Comoéqueé? Se você me achou louca por começar minha defesa com esse argumento eu retifico a tempo: tem coisas nas histórias de amor que precisam estar lá para ser assim: como diria Fernando Pessoa “todas as cartas de amor são ridículas” e é isso mesmo! Seu namoro só é namoro mesmo, quando podemos colocar apelidinhos no nosso bem querer, e dar risadinha com os bilhetinhos trocados e a saga tem muito isso. O amor de Bella e Edward é aquilo que a gente quer ver num romance: nhenhenhe e melação.

2. Gostamos de ideais. A gente pode até não agüentar um cara que chora toda vez que pega nossa mão ou escreve uma poesia até do jeito que palitamos o dente (nunca fazemos isso!), mas mesmo assim não cansamos de dizer que não existem homens românticos... Edward Cullen é um ideal de cavalheirismo atenção e magnetismo. Ele é aquele primeiro cara que gostamos na adolescência e sem saber ao menos o nome dele imaginávamos que ele era perfeito, educado, carinhoso... Quem não iria querer uma vezinha sequer um cara que nos pegasse da escola e ficasse só ouvindo “e com interesse” tudo o que gostamos, fazemos e pensamos? É tudo de bom!

3. Dinheiro não é nada mau. E daí que gostamos do Volvo prata de Edward? De seu piano e seus presentes? Se Bella não quer dá licença, pra mim amor? Não precisava... Não somos interesseiras, mas que o dinheiro ajuda nuns passeios mais legais isso ajuda, um cara que não vai torcer o nariz por você querer um tobletone no cinema ao invés da caixa de bis que ele escondeu na mochila que comprou no mercado com o vale alimentação da mãe... Sonhar com comodidade nunca é demais, diga o homem que nunca desejou parar de se torcer como um contorcionista o volante do seu poisé para ter uma direção hidráulica...

4. Todos têm um pecado pessoal. Atire a primeira pedra aquele que não tem uma musica secreta: aquela que temos vergonha de confessar até para a melhor amiga, mas que mexem nossos pés por baixo da mesa... Esse filme é a mesma coisa! Sabemos de todos os contras, das falhas, mas mesmo assim não conseguimos resistir. É começar o chaves 17h30min e a gente correr para assistir pela milésima vez aquele episódio e rir a beça..é aquela roupa que fica péssima na gente mas adoramos e vestimos sozinha em casa sem ninguém ver, aquele menino medonho que você amava de paixão... Todos temos nossas breguices pessoais inconfessáveis!

5. A Stephenie Meyer conseguiu fazer um livro que a gente consegue devorar. Não cruzei com ninguém ainda que tenha livro o livro com mais de 15 dias, a história nos envolve!A gente se identifica com muita coisa dos personagens. Alguns temperamentos batem com os nossos e a gente acaba criando um vínculo... Nem mesmo o Zé do Caixão que detonou a saga ainda falou que havia gostado dos lobos então meu bem, seja o briguento Emment, a metida Rosálie ou a espevitada Alice... Se ache no mundo de Forks!

6. Vampiros, lendas e imaginário são exatamente isso: imaginário. Então imaginário é o que a gente quiser! Quando eu era solteira eu queria um cara de ficasse bem de samba canção e havaianas... Serio! É o meu segredo brega e esse era meu ideal de homem (entre outras características) e cada um tem o seu... Se você quer um vampiro que cante para você dormir, não queira só sexo e brilhe no sol o que qualquer um tem a ver com isso?

7. Fez sucesso então não é um “nada” como muita gente quer fazer-nos acreditar. A equação é simples: vende porque tem público e por isso tem mais dinheiro pra publicidade, propaga e pronto! Receitinha básica para engordar bolso de escritora e fazer adolescentes comprar até o caderno de anotações da diretora (a primeira diretora lançou seu caderno que conta como foi produzir o primeiro filme) então quem não pode acompanhar sebo ou lançamentos fora e aqui acaba sabendo do que tem mais divulgação... Mas não se engane: a revista da mulher melancia vendeu meio milhão de exemplares e eu não diria que por isso ela merece a academia brasileira de letras...

8. Dificilmente romances vão para o Oscar... Por quê? Porque são previsíveis! E alguém deixa de assistir? Não! Os filmes brasileiros não ganham estatuetas, mas nem por isso deixo de acreditar que “o auto da compadecida” é um dos melhores filmes de comédia que assisti... Tenho um amigo fã demais do Zé do Caixão e eu já acho muito forte, prefiro Entrevista com o vampiro... Se alguém discordar, tudo bem! Esse oitavo motivo tem o objetivo de dizer com todas as letras: cada um gosta do que quiser! E isso é ótimo por que transforma a nossa rodinha de fofocas muito mais diversificada.

9. Nem por isso deixo de ler outras coisas. Não gosto de ser taxada de roqueira ou boemia. Não gosto de ser taxada de ler só terror ou só suspirar com filme de romance.. Tenho meus gostos é claro, mas gosto de experimentar outras coisas... Um amigo “best” me mostrou uma banda chamada “She wants Revenge” e eu adorei! Um outro amicíssimo e emprestou os livros de terror do André Vianco e eu fiquei vidrada na saga então eu gosto de ler muito, ouvir muita coisa diferente e assistir outras coisas assim posso comparar e escolher meu preferido para cada ocasião... Nunca diria que Crepúsculo é melhor que Entrevista com o vampiro, por exemplo, mas mesmo assim ele tem seu mérito e um lugar na minha estante (que Anne seja uma dama e dê uma licencinha pra Step sentar a seu lado...).

10. Esse é o melhor motivo em minha humilde opinião... Qualquer coisa vale a pena para ver fortões bronzeados sem camisa correndo e emanando testosterona... Se um homem assiste 120 min. de Velozes e Furiosos 8 – detonando em Butão só pra ver carros em movimento, porque não posso suspirar um pouquinho? Jacob! Espera aí, vou com você!!!!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Trechos deliciosos, livros incríveis.





Fahrenheit 451


O livro é uma viagem! Ele se passa no futuro, mas o autor teve a consciência de não especificar o ano, assim, sempre parece que é algo ainda a acontecer... E olha que faz uma cotinha que ele foi escrito (1953). Ele trata uma era que os livros foram proibidos e a TV veio para ficar nas casas, os imóveis são a prova de fogo e por isso mesmo a profissão de bombeiros toma um rumo no mínimo curioso: o de incendiar os poucos livros (e rebeldes) que resistiram a era tecnológica.


Sim, os livros foram proibidos, mas mesmo que não fosse, essa seria a ordem natural da população. Descartá-los frente a uma opção mais rápida que são as mídias. Tudo trabalha para que a sociedade pense cada vez menos e tenha cada vez mais pão e circo...


O que impressiona na obra é a proximidade com nossa década, a geração Y em que a internet tornou tudo mais rápido, fácil e... Estéril.


Engraçado pensar em futuro e em comodidade. Queremos igualdade, os preconceitos, homofobias e racismos são duramente combatidos, só que fico aqui a me perguntar: sem conflito a gente não se torna meio que hipócrita?


Tipo assim, pelo amor de Deus que odeio preconceito! Cada um deve viver como quiser, deve pensar o que quiser e não tem que rechaçar o outro de jeito nenhum...porém, isso não pode impedir tua liberdade entende? Também não... há, há, há


O livro é distópico, ou seja, é uma utopia só que para o negativo, uma utopia de um mundo mau em que ninguém mais se choca com nada, nem uma verdade te convence... Gosto de ter os meus incômodos e ficar triste e irritada e acho que isso faz parte da busca do homem...os livros são isso! Não dá pra viver tudo de todo lugar e eu nem quero isso, mas dá pra viver isso na literatura, sem ter que subir na montanha de verdade, ou melhor: vivo tudo lá e escolho o que quero fazer na realidade.


Mas a TV já traz tudo mastigado... seu conceito de beleza e sexualidade passa a ser o conceito de beleza de um grupo e minha imaginação (que é foda) fica lá, a ver navios.


Trago um trecho do livro pra te dar essa fome de saber mais sobre esse mundo de ficção científica...


_______________________________________________________

— Todo o bombeiro, mais cedo ou mais tarde passa por isso. Eles só precisam compreender como a roda gira... Basta conhecer a história da nossa profissão. Agora já não explicam aos novos, como dantes. É pena — baforada — Hoje, apenas os chefes se lembram — baforada — vou-te pôr a par.
Mildred mexeu-se, pouco à vontade.
Beatty deixou passar um bom minuto, refletindo no que ia dizer.
— Você pergunta: quando começou o nosso trabalho, como e onde? Pois bem, na realidade o ponto de partida remonta à época chamada Guerra Civil. Embora no texto do nosso regulamento a data seja anterior. O fato é que não tínhamos nenhum papel a representar antes da aparição da fotografia. Depois, veio o cinema... no princípio do século xx. Depois a rádio. A televisão. O elemento massas entrou então em cena.
Montag continuava imóvel, sentado na cama.
— E esse elemento de massas veio simplificar os problemas — continuou Beatty. — Primeiro, os livros apenas interessavam minorias, aqui e ali. Podiam se dar ao luxom de ser diferentes. O mundo era vasto. Depois o mundo encheu-se de olhos, de cotovelos, de bocas. A população dobrou, triplicou, quadruplicou. Os filmes e a rádio, os magazines, os livros, foram nivelados, está me acompanhando?
— Acho que sim.
— Imagine o quadro. O homem do século XIX, com os seus cavalos, os seus cães, os seus trens; lentidão do movimento. Depois a aceleração, a câmara. Os livros resumidos. As condensações, os resumos, tablóides; tudo subordinado a gags, ao final emocionante.
— O final emocionante — disse Mildred, aprovando com a cabeça.
— Os clássicos reduzidos para compor emissões de rádio em 15 minutos, depois resumidos novamente para uma coluna de livro de dois minutos de leitura, enfim, arranjados para um verbete ne dicionário de dez a doze linhas. Estou a exagerarando um pouco, é claro. Os dicionários serviam apenas de referência. Mas para muita gente, Hamlet, crtamente você conhece, Montag, provavelmente a senhora talvez os tivesse ouvido apenas citar, Hamlet era apenas um resumo de uma página, num livro que declarava: "Finalmente, todos os clássicos ao seu alcance; faça igual ao do seu vizinho." Está vendo o que quero dizer? Da sala das crianças ao colégio e do colégio à sala das crianças. Eis o traçado da curva intelectual para os últimos cinco séculos.
Mildred ergueu-se e começou a arrumar a sala. Beatty pareceu não notar a sua atividade e continuou:
— Acelera mais o filme, Montag. clique, fotografe, olhe, observe, rápido, aqui, ali, em cima, em baixo, dentro, fora, porquê, como, quem, o quê, onde, hem? Olá! Bang! Smac! Upa, Bing, Bong, Bum! Resumos de resumos. Resumo de resumo de resumos. A política? Uma coluna, duas frases, uma manchete! Depois no ar tudo se dissolve! A mente humana gira num tal ritmo sob as mãos dos editores, dos produtores, dos apresentadores que a força centrífuga elimina todo pensamento desnecessário, desperdiçador de tempo!
Mildred endireitava os lençóis. Montag sentiu o coração aos saltos enquanto ela mexia no travesseiro.
— As aulas tornam-se mais curtas, a disciplina é relaxada, a Filosofia, a História, as línguas abandonadas, o inglês e a sua pronúncia abastardados pouco a pouco e, finalmente, quase ignorados.
Vive-se no imediato. Apenas conta o trabalho e, após o trabalho, a dificuldade da escolha de uma distração. Para quê aprender qualquer coisa, além de carregar botões, ligar comutadores, enroscar para fusos e porcas?
— Deixa-me arranjar o teu travesseiro — disse Mildred.
— Não — murmurou Montag.
— O zíper substitui o botão, pois o homem não tem tempo para refletir nem para se vestir, de manhã Não há hora de filosofia, nem hora de melancolia.
— Aqui —disse Mildred.
— Sai! — gritou Montag.
— A vida torna-se uma imenso tobogã, Montag; Vlan! Puf e uau!
— uau! — disse Mildred, puxando o travesseiro aos safanões.
— Pelo amor de Deus, me deixa em paz! — gritou Montag ferozmente.
Beatty abriu muito os olhos.
A mão de Mildred tinha estacado, atrás do travesseiro. Com a ponta dos dedos, apalpou o contorno do livro e, tendo-lhe reconhecido a forma, ficou com um ar surpreendido, depois aturdido. A boca abriu-se-lhe, para fazer uma pergunta...
— Tira tudo ods teatros, exeto os palhaços e instalar nas salas com paredes de vidro e fazer passar lindas cores nelas, como confetti, sangue, Sherry ou Sauternes. Gosta de basebol não gosta Montag?
—É um bom esporte.
Beatty estava agora quase invisível. A sua voz emergia por entre a tela de fumaça.
— Que é isto? — perguntou Mildred, quase com prazer.
Montag voltou-se, apoiado nos braços.
— Isto aqui, o que é? — repetiu ela.
— Vai sentar, mulher! — uivou Montag. Ela saltou para trás, as mãos vazias — estamos conversando.
Beatty continuou, como se nada tivesse acontecido:
— Gostas do boliche não gosta Montag?
— O boliche, Claro.
— E do golfe?
— O golfe é um bom esporte.
— Basquete?
— Um excelente esporte.
— Bilhar? futebol?
— Todos esses jogos e esportes são perfeitos.
— Mais esportes para todos, espirito de equipe, diversão e o desejo de pensar é eliminado, não? Organizem, organizem, superorganizem superesportes. Multipliquem as ilustrações dos livros,mais figuras. A mente bebe cada vez menos. Impaciência. Alto-estradas percorridas por multidões que estão aqui, ali, em todos lugar e em parte alguma. Os refugiados do volante. As cidades transformam-se em albergues de automobilistas; os homens deslocam-se como nômadas seguindo as fases da Lua, dormindo esta noite no quarto em que você dormiu hoje e eu ontem.
Mildred saiu do quarto batendo com a porta. As "tias" da sala começaram a rir e a conversar com os "tios".
— Agora, vejamos as minorias na nossa civilização; estás de acordo? Quanto maior é a população, mais numerosas são as minorias. É preciso cuidado para não pisar os amigos dos cães, os amigos dos gatos, os médicos, os advogados, os comerciantes, os patrões, os Mormons, os Batistas, os Unitários, os Chineses de segunda geração, os Suecos, os Italianos, os Alemães, a gente do Texas ou de Brooklin, os Irlandeses, os habitantes do Oregon ou do México. As personagens apresentadas neste livro, aquela peça ou aquela outra emissão de televisão, não têm a mínima semelhança com pintores, cartógrafos ou engenheiros reais. Quanto maior é o mercado, menos você controla a controvérsia, Montag, lembra disto! Todas as minorias com o seu umbigo bem limpo. Autores cheios de maus pensamentos, fechem as máquinas de escrever. E eles fízeram.
As revistas tornaram-se numa amável mistura de tapioca e baunilha e os livros, segundo esses danados snobes dos críticos, eram água de lavar a louça. Não é de admirar que os livros deixem de se vender, diziam os críticos. Mas o público, sabendo o que queria, reagiu sem medo e deixou sobreviver os quarinhos. E as revistas eróticas em 3D, naturalmente. E, vê bem, Montag, o Governo nada teve que ver com isto. Nem um decreto, uma declaração ou censura, ao princípio. Não! A tecnologia, a exploração
do factor massa, a pressão exercida sobre as minorias e, aí estamos, a coisa estava lançada. Hoje, graças a eles, vives num optimismo permanente, tens o direito de ler os comias, as boas velhas confissões, ou os jornais corporativos.
— E depois? — perguntou Montag. — Mas que fazem os bombeiros no meio de tudo isso?
— Ah! — Beatty inclinou-se para a frente, no meio do nevoeiro de fumaça que o rodeava. — Nada mais simples, nada mais fácil de explicar. Formando os estabelecimentos de ensino cada vez mais corredores, saltadores, oportunistas, intrujões, pilotos, nadadores e assim sucessivamente, em vez de professores, críticos, sábios, artistas, a palavra "intelectual" tornou-se, bem entendido, a injúria que merecia ser. Tem-se sempre medo do insólito; lembras-te certamente do garoto que, na tua aula, sabia
sempre a lição, que se punha sempre à frente para responder enquanto os outros, sentados como ídolos de chumbo, o odiavam. Não era esse brilhante indivíduo que vocês escolhiam sempre para espancar e troçar, depois das horas de estudo? Claro que era. Devemos ser todos parecidos uns com os outros.
Ninguém nasce livre e igual aos outros, como diz a Constituição, mas cada um é modelado conforme os outros; todo o homem é a imagem do seu semelhante e, assim, toda a gente fica satisfeita. Já não existem montanhas para esmagar os vizinhos e provocar comparações. Ora! Um homem tem uma espingarda carregada na casa ao lado.Queime-a.
Descarreguemos a arma. Abatamos o espírito humano. Quem poderá dizer qual será o alvo do homem que tem lido muito? Eu? Não suportarei ser isto nem um minuto. Assim, quando as casas se tornaram enfim totalmente ignífugas no mundo inteiro (a sua suposição era justa, na noite passada), os bombeiros tornaram-se inúteis do ponto de vista tradicional. Foi, portanto, atribuída uma nova tarefa, a proteção da paz de espírito, a eliminação de nosso compreensível e ligítimos sentimento de inferioridade, tão compreensível como temível entre os homens; censores oficiais, juizes e carrascos. Eis a nossa tarefa, Montag, o teu e o meu.
Beatty esvaziou com pequenas pancadas o fornilho do seu cachimbo na mão, e estudou as cinzas como se procurasse um diagnóstico, a explicação de um símbolo.
— Deves compreender que a nossa civilização é tão vasta que não nos podemos permitir inquietar ou incomodar as nossas minorias. Faz a pergunta a você mesmo. Que procuramos nós, acima de tudo, neste país? As pessoas querem ser felizes, não acha? Não ouviu isso a vida toda?
"Quero ser feliz", declara cada um. E, bem, são eles felizes? Não velamos para que estejam sempre em movimento, sempre distraídos? Não vivemos senão para isso, não é a tua opinião? Para o prazer, para a excitação? E deves concordar que a nossa civilização fornece um e outra à saciedade.
— Sim.
— Os negros não gostam de Uttk Black Sambo. Queimem-o A. Cabana do Pai Tomás não agrada aos brancos. Queime-o. Um tipo escreveu um livro sobre o tabaco e o cancro do pulmão? Os fumantes ficam consternados. Queime o livro. A serenidade, Montag, a paz, Montag. Liquidemos os problemas, ou melhor ainda, lancem no incinerador; os enterros são tristes e pagãos? Eliminem igualmente. Cinco minutos após a morte, todo o indivíduo vai a caminho do Grande Crematório, por meio dos Incineradores servidos por helicóptero em todo o país. Dez minutos após a morte, o homem nada mais é do que um grão de poeira negra. Esqueçam-nos. Queimem-nos, queimemos tudo.O fogo é brilhante, o fogo é limpo.
— Havia uma garota aqui ao lado — disse Montag, lentamente. — ela não está mais aí. Morreu eu acho. Nem sequer lembro do seu rosto. Mas ela era diferente. Como explica isto?
Beatty sorriu:
— São casos inevitáveis, aqui ou em qualquer parte. Clarisse McClellan? Temos um dossier sobre a família. Tinhamos estreitamente vigiados. A hereditariedade e o meio são elementos curiosos. Não podemos desembaraçar todas as ovelhas ronhosas em poucos anos. O ambiente familiar pode minar o ensino escolar. Foi por essa razão que baixamos progressivamente a idade do jardim de infância e vamos agora buscar as crianças praticamente ao berço. Tivemos alguns falsos alarmes para os McClellan quando eles moravam em Chicago. Mas nunca encontramos um livro. O tio tinha uma ficha bem carregada: anti—social. A garota? Uma bomba de explosão retardada. A família tinha-lhe deformado o subconsciente, sem dúvida alguma. Notei ao consultar os seus boletins de escola. Não queria sabere como, mas o porquê das coisas. O que pode ser muito incômodo. A gente interroga-se sobre o porquê das coisas e, se se insiste, podemo-nos tornar muito infelizes. A pobrezinha está morta, e foi o melhor que lhe podia ter acontecido.
— Sim, morta.
— Felizmente, os anormais da sua espécie são muito raros. Sabemos como abafá-los no ovo, agora. Não se pode construir uma casa sem tábuas nem pregos. Se não se quer que a casa seja construída, escondamos as tábuas e os pregos. Se não se deseja que um homem ponha problemas de ordem política, não dê duas soluções à escolha; dê-lhe só uma ou, melhor, não lhe dê nenhuma. Que ele esqueça até a existência da guerra. Se o Governo é ineficaz, tirânico, se esmaga com impostos, pouco importa, desde que as pessoas não saibam nada. A paz, Montag. Instituam-se concursos cujos prêmios obriguem a decorar, a encher a memória com letras de canções em voga, com nomes de capitais de Estado ou com o número de quintais de milho colhidos no último ano.Encham os homens de informações inofensivas, incombustíveis, que eles se sintam a rebentar de "fatos", informados acerca de tudo. Em seguida, eles imaginarão que pensam e terão o sentimento do movimento, enquanto realmente apenas se arrastam. Serão felizes, porque os conhecimentos deste gênero são imutáveis. Não os levem para terrenos escorregadios como a filosofia ou a sociologia, em que tenham de confrontar a sua experiência. É a fonte de todos os tormentos. Todo o homem capaz de desmontar um esquema eletrico de televisão e de o tornar a montar —e, hoje, quase todos eles são capazes — é bem mais feliz que aquele que tenta medir, experimentar, pôr em equação o Universo, o que não pode ser feito sem que o homem tome consciência da sua inferioridade e da sua solidão. Eu sei-o. Experimentei. Ao inferno com isso! Conclusão: agarremo-nos aos clubes, às reuniões, aos acrobatas, aos prestidigitadores, quebra-cabeças, carros a reacção, motogiro-planos, ao sexo e à heroína, tudo o que não obrigue senão a reflexos automáticos. Se a peça é má, se o filme não tem sentido, tomemos uma dose maciça de teremina. Conidero sensível ao espectáculo desde que se trate apenas de uma reação tátil às vibrações. Mas estou nas tintas e tudo o que desejo é um sólido passatempo. — Beatty levantou-se. — Tenho de me ir embora. A conferência está terminada. Espero ter esclarecido as coisas.
O importante para ti, Montag, é lembrar que somos alegres foliões. EU, você e os outros. Fazemos frente à maré daqueles que querem mergulhar o mundo na desolação, suscitando o conflito entre a teoria e o pensamento. Agüentemos. Não deixemos a torrente de melancolia e da triste filosofia afogar o nosso mundo. Contamos contigo. Não creio que dês conta da tua importância, da nossa importância para proteger o optimismo do nosso mundo atual.
Beatty apertou a mão mole de Montag. Montag continuava sentado na cama, paralisado, como se a casa estivesse quase a cair-lhe em cima.
— Uma última palavra — disse Beatty. — Pelo menos uma vez na sua carreira, todo o bombeiro é atraído pela idéia de saber o que contam os livros. Oh! Este desejo de nos cocarmos, liem! Pois bem, Montag, acredita-me: li alguns, ao princípio, para saber de que se tratava... os livros não contam nada. Nada em que tu possas crer ou ensinar aos outros. Se são romances, falam de seres que não existem, de produtos da imaginação. No caso contrário, é ainda pior. Cada professor trata o outro de idiota, cada filósofo tenta gritar mais alto que o seu adversário. Correm em todos os sentidos, obscurecendo as estrelas, extinguindo o Sol. Sai-se daí completamente perdido. Agora suponhamos que um bombeiro, por acidente, sem idéia preconcebida, leva um livro para casa.
Montag reprimiu um ligeiro sobressalto. A porta aberta olhava-o com o seu grande olho vazio.
— Erro bem natural. A curiosidade, simplesmente — continuou Beatty. — Não nos inquietamos com isso. Deixamos o livro àquele que o arranjou, durante vinte e quatro horas. Em seguida, se ele mesmo não o queimou, vimos nós queimá-lo por ele.
— Perfeitamente — disse Montag, com a boca seca
(...)


sábado, 2 de julho de 2011


Cantinho feminino (é, estamos em maioria)

Formas estranhas de demonstrar amor...
ò.ó Esmurrando nosso ombro
ò.ó Ignorando (depois reclama quando passa a vez)
ò.ó Falando que a "outra" esta mais...
ò.ó Fingindo que nos escuta
ò.ó Atacando nossos momentos constrangedores em publico

Formas saudaveis de demonstrar amor
^.^ Abraçando
^.^ Comprando aquele doce quando estamos de TPM
^.^ Olhando nos olhos
^.^ Guardando um tempo para nos ouvir de verdade (pois é, a fala estava no pacote)
^.^ Beijndo como da primeira vez

Formas exageradas de demonstrar amor
>.< ciumes doentio
>.< ignorar a nossa e a sua individualidade
>.< concordar com nosso elogios para o Brad Pitt (?)
>.< Ser muuuito sincero quanto aquela roupa que nos engordou (mentiras sinceras nos interessam)
>.< Achar toda hora que o amor acabou só porque deixamos de fazer algumas coisas

Formas estranhas de ser feminina
# Peças de roupa com pelucia
# Imitar voz infantil
# Achar que aquela letra de funk machista é sobre sua vida
# apelidos pessoais ditos em publico
# Não gostar de aprender porque sua unica meta é casar e ter filhos

Formas saudaveis de ser feminina
@{- Pedir ajuda com um sorriso
@{- Usar aquela roupa que te favorece
@{- Se produzir (sem ficar vulgar) sem motivo
@{- Um detalhe charmoso no celular
@{- Ser independente e mesmo assim sonhar casar e ter filhos para complementar a vida

Formas exageradas de ser feminina
*}- Achar que seu sustento depende de um outro
*}- Chorar por tudo
*}- Ter medo até de gelatina verde
*}- Não cair na piscina pra não estragar a chapinha
*}- Ser eterna escrava de cosmeticos e marcas

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pirâmide alim...ops, literária

O assunto do momento literário é... A cabana.
Porque A cabana é emocionante, porque A cabana é ousada, porque A cabana isso, porque A cabana aquilo, porque A cabana o diabo a quatro...
Tentei ler e não consegui... E olha que meu currículo de livros ruins que amo é extenso...
Auto-ajuda pra mim não desce. Já li alguns que são como dieta do Shake: Na hora que você toma ele sacia, mas em pouquíssimo tempo você está com fome novamente. Ele não alimenta, só engana a fome e muitas vezes te faz comer mais.
A verdadeira fome te exige mais, exige substância, tem que matar sua fome de forma que você enriqueça e não só engorde... Deve ser por isso que quando alguém escreve um monte de abobrinha a gente diz que a pessoa esta "enchendo lingüiça", aliás, abobrinha neste caso é injustiçada porque ela faz muito bem!
Como seria se esses livros estivessem na pirâmide alimentar?


Livro gordura trans
Esse faz mal e engorda, mas é tão gostoso... de ler! Pra mim aqui ficam os livros de auto-ajuda. Sabe aquele pacote de salgadinho que diz ser assado e ter vitamina SPO da qual você nunca ouviu falar e depois você vira o pacote para a tabela nutricional e vê que ele tem sódio suficiente para reter líquido de todo o oceano pacifico? Pois é, auto ajuda é assim: parece que faz bem, mas no fim a vantagem não compensa. Vou resumir como enxergo isso de uma forma educada: quem aquele cara é para achar que a trilha dele serve pra ti? Ninguém consegue ser equilibrado, apaixonado, ousado, organizado, fugir da rotina, ser magro, bom amante, cozinhar bem e ter preocupação com o meio ambiente tudo ao mesmo tempo!





Meu pecado pessoal: O livro da bruxa do Roberto Lemos...estava numa fase esotérica (todo mundo passa por elas) quando fui recomendada deste livro e corri pensando eu ia ler várias dicas do ocultismo...ledo engano, a bruxa da história guia um homem para as várias possibilidades da vida e achei divertido do livro a imagem da capa que é a alusão para as diversas interpretações que podemos ter de um fato...despretensioso.




Livros açúcares
Esse pode fazer bem, mas tem de ir com calma... Melhora o humor só que pode te deixar com carência
de outras coisas. Romance gente! Livro de romance é meu pecado particular... Faz a gente se sentir tão bem apesar de ser passageiro... É uma ilusão achar que se pode levar a sério, porém, bem medido faz bem... mas atenção. Como todo açúcar tem o bom que dá aquela energia e o industrializado que é aquele romance já previsível, já que vai se esbaldar no amor alheio, tente pelo menos algo mais novo.

Meu pecado pessoal: Don Juan De Marco do Jean Blake White...infinitamente melhor que o livro traz filosofias que todo corno romântico já teve como questionar a existência do amor...e chega que já vomitei um arco-íris com chuva de jujubas!


Livro proteína
Tem a função construtora, produzem dentro do organismo aquilo que nossas células não produzem mais precisam.
Livros construtores acrescentam ao nosso conhecimento e habituam nossa mente a pensar, trabalhar, analisar, criticar. Penso que o que precisamos mas não produzimos por si só é a visão politica. Mesmo que não goste, precisamos ter critica para avaliar nosso convívio dentro de um meio. Você precisa sim ter uma posição sobre problemas sociais porque agua você bebe, respirar você respira e pagar impostos você paga então, essa complexidade humana serve pra que para ti? Vai esperar o mundo acabar sentado?
Meu pecado pessoal: A revolução dos Bichos do George Orwell... política, ficção e uma puta semelhança com perfis de nossa sociedade...proteína animal pra dentro já.




Livros de fibra
Fazem bem, nem sempre são comuns na nossa "dieta", mas tem a função de ajudar na digestão. Pode
mos identificar os livros fibras como autores críticos que nos fazem digerir questões de nossa existência., eles escreveram hoje ao há muito tempo. Não importa. Você tem a sensação de que ele é seu vizinho tamanho contato com problemas atuais. Meu pecado particular: O príncipe de Maquiavel (e não O pequeno príncipe) é um típico exemplo de como certas coisas não mudam e te dá a proporção de como determinadas questões sociais surgiram.




Livros carboidratos
Tem a função de trazer a energia e construir massa muscular, mas diferente dos açúcares, é algo mais durável, são os romances mais elaborados com a função histórica que retratam épocas e costumes... veja bem, podemos aliar aqui algo legal mas fundamentado...isso é importante pro organismo...leitura preparada que te deixa fortinho, com a escrita e oratória mais desenvolvida...
Meu pecado particular: Dom casmurro do Machado Assis é romance, é sociedade machista do sec XIX, e vai te fazer a mesma pergunta sem resposta há mais de 100 anos...Capitu é inocente?

Livros ervilha em lata


Não, eu não enlouqueci...aqui esta a categoria dos alimentos que você odeia...o meu caso: ervilha em lata. As vezes nesse grupo alimentar-literário, o problema não é o autor, mais uma obra isolada que você odiou, ou uma experiência ruim com uma literatura e ela ficou engasgada...se uma leitura te causa inquizila, cobreiro, nó nas tripas e dormência em uma banda do corpo...essa é sua leitura ervilha em lata!
Meu pecado particular: FERNÃO CAPELO GAIVOTA. Já li outras coisas do Richard Bach. auto ajuda eu considero nocivo, tipo comida bizarra e perigosa mas esse acima me entoja, mas, se você curte uma ervilhinha, eis a sinopse: Fernão quer fugir do ninho e alcançar novos voos. Lindo não? mas... O ninho e os novos voos não são licenças poéticas, ele vive mesmo num ninho e voa mesmo. Não entendeu? Esse filha da puta não tem "gaivota" no sobrenome por acaso, ele É uma gaivota! Nem ouse comparar esse "quem mexeu no meu queijo versão passarinho" com o clássico do George Orwell que te furo os olhos!

Então, construam sua própria dieta com parcimônia dosando bem os elementos!!!